O Tempo é o Mestre!

27/08/2014
O Tempo é o Mestre!

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De acordo com a história da música mundial, os anos 60 à 80 podem ser considerados como uma verdadeira fábrica de ídolos. Em diversos ritmos musicais surgiram grandes feras que são até hoje idolatradas e copiadas, tais como Bob Marley, Luiz Gonzaga, The Beatles, entre muitos outros. No entanto, existem duas coisas na vida das pessoas das quais não há escapatória: o tempo... e as circunstâncias.

Quando falamos de Reggae, um dos ritmos mais amados e odiados (discriminados) do mundo, é possível constatar que o tempo e as circunstâncias têm sido bastante cruéis. As grandes lendas do ritmo estão partindo umas atrás das outras, como uma queda rápida de uma fileira de dominós... tragicamente ou não. Por esse motivo, surge uma questão que merece ser levantada: “Haverá peças (ou nomes) à altura para levar adiante e repor as perdas que a música Jamaicana têm sofrido?”

TIME IS THE MASTER

Uma frase muito citada nas músicas do Reggae é justamente “Time is the master” (O tempo é o mestre), sendo utilizada por veteranos como Don Carlos, até novos nomes como Easy Star All Stars. Realmente a citação se faz verdadeira quando é o tempo que leva embora lendários artistas, como também é responsável por criar novos ícones. Você consegue imaginar o que poderá representar a citação de artistas famosos da atualidade num futuro próximo?

Mesmo com o surgimento de grandes nomes, a situação do mercado hoje em dia, onde cada vez mais o dinheiro e o status tomam lugar do que é realmente feito de coração, é motivo de preocupação por parte até dos menos entusiastas. Dos grandes nomes citados, que podemos até denominar como “alívio” para os amantes do reggae, destacam-se artistas como Luciano, Midnite, Groundation, Nasio Fontaine, Bambu Station, Bushman, Morgan Heritage, Anthony B, Tarrus Riley, Capleton, Gentleman, Tiken Jah Fakoly, entre outros.

Em algumas comunidades de fãs, as perdas de grandes ídolos, como foi o caso de Joseph Hill (Culture), Justin Hinds, Stanley Beckford (Starlights), Lucky Dube, Gregory Isaacs, e mais recentemente Junior Murvin, trouxeram péssimos sentimentos, como se fosse de fato algo acontecido a um membro da família. Procurando demonstrar a importância de cada uma das lendas que já se foram, o Surforeggae inovou uma ideia que outros portais internacionais já fizeram, porém sem muita notoriedade: uma seção especial com uma listagem das grandes perdas que o reggae já teve.

UMA HOMENAGEM

O “Surforeggae In Memoriam”, como foi batizada, fornece fotos e diversas informações especiais, tais como a causa e ano da morte, além de uma busca por popularidade, entre outros aspectos, representando um conteúdo muito importante para qualquer amante do reggae que queira saber um pouco mais sobre aqueles que nos deixaram. A inovação vem justamente da organização da informação e principalmente na riqueza dos detalhes e apresentação do material.

O Tempo é o mestre e levará todas as grandes lendas restantes da época de ouro do Reggae mundial. Não sabemos exatamente quando, mas é algo inevitável. Dessa forma, se faz necessário que os artistas da nova geração de fato reflitam a respeito para onde estão levando algo que foi criado com amor e que não merece se perder por dinheiro. Há algum tempo vi um filme que tinha uma frase própria para estas bandas que estão encabeçando essa lista de “próximas lendas”:

O que fazemos em vida, ecoa pela eternidade”.

Ou seja, que estas bandas saibam que os ganhos materiais se vão, mas o trabalho honesto e admirado é imortal. Que nós tenhamos grandes surpresas para o futuro, e que o sentimento de amor, paz e união sempre impere nessa música que é sem dúvida o alimento de muitas almas pelo mundo.

SURFOREGGAE IN MEMORIAM