Depois de todo o suspense, o Steel Pulse faz show morno em São Paulo! Confira no Surforeggae!

08/03/2008
Depois de todo o suspense, o Steel Pulse faz show morno em São Paulo! Confira no Surforeggae!

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No último dia 7 de março de 2008, a banda britânica Steel Pulse retornou a São Paulo, desta vez no Citibank Hall, conceituada casa de shows Paulista. Correram rumores de que a apresentação não aconteceria, já que os shows do Rio de Janeiro e Curitiba foram cancelados devido à baixa venda de ingressos. Isso foi reflexo do fracasso obtido com os cancelamentos bombásticos ocorridos em 2007, tais como turnês de Bunny Wailer e Apple Gabriel.

Em 2005, última oportunidade em que o Steel Pulse esteve em terras tupiniquins, o grupo fez uma performance memorável no Credicard Hall (São Paulo). Devido ao alto nível da apresentação passada, as comparações seriam inevitáveis. Mesmo com os preços dos ingressos sendo exorbitantes (90 reais pista), o show de São Paulo mostrou a importância de uma divulgação bem feita, fato não ocorrido no Rio de Janeiro e em Curitiba, que juntos não somaram 200 ingressos antecipados. Momentos antes do show, a concentração de pessoas na porta do Citibank Hall já demonstrava que o Steel Pulse contaria com um público de peso.

O SHOW

Sem muita demora, peculiar dos “Halls” espalhados pelo país, o Steel Pulse iniciou o seu show com o clássico “Rally Round”. Dessa vez, o show não foi repleto de hits como em 2005, já que a banda adotou a estratégia de divulgar os últimos lançamentos, principalmente os do disco “African Holocaust” em detrimento de faixas consagradas como “Ku Klux Klan e “Back to my Roots”. Por esse motivo, durante grande parte do show o público ficou à deriva, evidenciando a carência de selos capazes de “patriar” álbuns de grupos de grande magnitude.

O ponto mais alto do show foi sem dúvida a sequência matadora de “Roller Skates”, “Bodyguard”, “Africans Unite”, “Handsworth Revolution” e “Soldiers”, faixas que se tornaram quase que indispensáveis nas apresentações da banda pelo mundo afora. David Hinds (vocal) e Selwyn Brown (teclado e voz) procuraram interagir com o público o tempo inteiro sempre demonstrando simpatia. O mesmo pode ser dito do guitarrista Donovan Mckitty. No entanto, nitidamente, os fãs sentiram falta dos incomparáveis solos de guitarra presentes nas gravações originais, e por esse motivo, pareceu que o grupo estava utilizando um músico improvisado. Isso foi reforçado pelas páginas e mais páginas coladas no chão contendo as notas das músicas a serem executadas. Enquanto isso, no baixo, Amlak Tafari detonou como sempre, fazendo a sua performance inusitada, tratando o seu instrumento como se fosse um par numa dança que durou toda a apresentação.

Com as músicas sendo tocadas ininterruptamente e a óbvia magia da banda, o Steel Pulse conseguiu minimizar as limitações desta apresentação, fazendo com que músicas como “Stepping Out” e “Chant a Psalm” fossem temas de conversas pós-show. Fazendo o caminho inverso de “Reggae/Rock e Rock/Reggae”, a exemplo do também britânico The Clash, o Steel Pulse voltou para o bis relembrando “Little Wing” do lendário Jimi Hendrix. A sequência composta por “Earth Crisis”, “Sound System”, “Global Warning” e “Blazing Fire”, marcou o final da performance que tinha tudo para estar dentro da normalidade se não fossem por atitudes primatas de um indivíduo da produção.

O LAMENTÁVEL DESFECHO

Lamentavelmente, dando um show de falta de educação e egocentrismo, o empresário do Steel Pulse foi protagonista de cenas de desrepeito e grosseria quando expulsou aos berros os fãs e todos que tentaram se aproximar dos seus ídolos, os quais foram por todo o tempo extremamente atenciosos. Seria possível escrever uma matéria completa sobre o ridículo episódio, no entanto, preferimos retratar que o Steel Pulse, uma das bandas mais importantes do Reggae de todos os tempos está nas mãos de uma pessoa que certamente nunca ouviu a mensagem que o reggae tenta passar. Que tristeza…

IMAGENS DO EVENTO