Bandas e radiolas homenageiam hoje a passagem dos 21 anos da morte de Bob Marley com shows e festas.
Um dos ritmos predominantes nos “ares” da Ilha de São Luís ganha hoje uma dimensão especial, pela passagem de mais um 11 de maio. É que a conhecida “Jamaica Brasileira” recorda a data de 21 anos do falecimento de Bob Marley na mesma língua que o ‘rei’ do reggae utilizou para transmitir sua mensagem de paz: a música.A grande homenagem acontece hoje, a partir das 14h, no bairro da Liberdade. Realizada tradicionalmente todo 11 de março, há rigorosos 21 anos, a festa reúne, sob o comando da radiola FM Natty Nayffson, regueiros de toda a Ilha, com uma média de público de sete mil pessoas.
“Comecei a fazer a festa quando ele morreu. Era uma reunião de pessoas que gostavam de reggae, com uma radiola. Hoje, já vai um público bem maior”, recorda o organizador da festa, Natty Nayffson. A programação contará ainda com apresentação de grupos de dança e com uma missa às 18h. Já a radiola Itamaraty fará uma homenagem ao ídolo jamaicano dentro da programação da festa Geração 90, que acontece a partir das 22h, no clube Jamaica Brasileira (retorno da Forquilha). Segundo José Eleonildo Pinto, o vereador Pinto da Itamaraty, proprietário da radiola, a festa, que recorda os hits do reggae nos últimos 10 anos, terá cerca de uma hora e meia da programação dedicada a Bob Marley. “É uma tradição das radiolas sempre tocarem músicas dele no dia 11 de maio, falando também um pouco da história. Não tenha dúvida de que sempre quando se fala em reggae tem que se tocar Bob Marley”, enfatiza Pinto.
BANDAS
Mas hoje, as homenagens ao ídolo não ficarão restritas às radiolas de reggae. Os artistas locais do gênero aproveitam a data para cantar o ‘rei’ no palco. A banda Nó de Fumaça se antecipou e fez seu tributo a Marley ontem, numa festa no bar Armazém, na Praia Grande. Liderada pelo músico Dário Ribeiro, a banda é a terceira incursão do guitarrista, que antes integrou a Mystical Roots e a banda Legenda, pelas ondas do reggae. Hoje, o show é da Guetos, no Bar do Nelson (av. Litorânea, Calhau), a partir das 23h, na festa Tributo a Bob Marley. No palco, a banda suspende o repertório do CD Lida para interpretar apenas um repertório com clássicos do rei.
Para colocar o público no “clima”, a cena será dividida com a radiola Vibration Sound, que ontem esteve presente na programação do Armazém. O ingresso para o show da Guetos custa R$ 4,00. Mas não é de hoje que os maranhenses cantam Bob Marley e a Bob Marley. Alguns dos mais recentes exemplos são os últimos discos da cantora Rosa Reis e da Tribo de Jah. Apesar de ter uma trajetória musical ligada ao regional, Rosa canta, no CD Balaio de Rosa, o amor e o reggae declaradamente ao som do jamaicano. “Botei um Bob Marley na vitrola/ quebrei muitas pedras sem ver hora/ Tracei agarradinho/ rastapé no chão/ meu quarto virou um salão”, canta ela na faixa Amor Reggae, de sua autoria.
Já os regueiros da Tribo de Jah embarcaram nas homenagens aos 20 anos de ausência de Bob Marley e lançaram, também no ano passado, o disco A Bob Marley. Entre as 16 faixas que compõem o repertório, regravações de clássicos, como Stir It Up, I Shot The Sheriff e Is This Love, e versões para sucessos como One Love (Um Só Amor), Sun Is Shining (Sol No Céu) e Natural Mystic (Magia Natural).
rei - Foi curta, mas intensa a vida do jamaicano Robert Nesta Marley. Nascido na pequena vila de Nine Mile, no interior rural da Freguesia de St. Ann (Santa Ana), no norte da Jamaica, o filho de uma jovem negra de 18 anos com um inglês cinqüentão, Marley teve seu primeiro contato com a música ainda criança, na favela Trench Town, na capital jamaicana, Kingston, junto com o amigo Neville O’Riley Livingston, o Bunny, com quem mais tarde formaria a banda Wailing Wailers, juntamente com Peter Tosh, um colega das aulas de canto que fazia com o cantor Joe Higgs.
Mesclando influências ritmos como o rhythm & blues e o ska - na época, a batida dançante era a de maior divulgação entre os artistas jamaicanos -, Marley e seus companheiros deram início a uma trajetória de vida e profissional permeada por vários altos e baixos, mas com um resultado final de engrandecimento humano não apenas aos músicos como também ao seu público. Demorou para que o mundo desse reconhecimento ao filho de Nine Mile, que conseguiu a façanha de reunir, por meio do reggae, amantes da música e os seguidores da filosofia Rastafari.
No auge do sucesso, após ter conseguido finalmente entrar no mercado musical americano e europeu, Bob Marley morreu dia 11 de maio de 1981, aos 36 anos, em Miami. O que três anos antes era apenas uma ferida no dedo do pé, se transformou num câncer e se alastrou pelo corpo do ídolo. Robert Nesta Marley foi enterrado em sua cidade natal, após um funeral com as honras do governo da Jamaica.
Fonte: O Mirante
 'Bob Marley'
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