Na última sexta-feira, dia 6, São Paulo teve a honra de receber pela primeira vez a lenda do reggae jamaicano, Horace Andy. Com um arsenal de sucessos, o Centro Cultural Rio Verde - localizado na Vila Madalena - foi palco para a histórica apresentação, que contava também com o sound System Roots Combo e o DJ Yellow P.
Produzido pela Festa Zion - que com muito esforço conseguiu trazer o artista - há quem criticou a ação nas redes sociais, dizendo que o show deveria ter sido na rua, que o ingresso (de R$30,00) estava caro, enfim, atitudes que mostram o quanto parte do público regueiro é desinformado e desagregado, e infelizmente não dá o devido valor aos grandes medalhões do ritmo.
Críticas à parte, o evento foi um sucesso de público, que contou com muitos veteranos ilustres como Jai Mahal e Rica Caveman, além de DJs, músicos e muitos fãs.
PEDRAS ROLANDO
O som começou às 23:00 com o DJ Yellow P mandando altas pedradas que incendiaram o lotado teatro. Um set impiedoso de clássicos deixou o público no ponto para receber o grande Horace Andy. A expectativa era grande.
À 1:30 a espera acabou. Horace Andy assume o palco e estremece o Centro Cultural. Em êxtase, o público acompanhava uma das vozes mais incríveis do reggae music em uma sequência matadora de sucessos como "Zion Gate", "Problems", "Cuss Cuss", "Money Money", "Ain’t No Sunshine", "Skylarking", "Mr. Bassie", "Fever", "Black Cinderella", "Just Say Who", entre outras.
PROBLEMAS TÉCNICOS E CLIMÃO
Apesar da excelente apresentação e da receptividade do público, alguns problemas técnicos irritaram Horace Andy. Um deles foi com os retornos, onde o astro chegou a interromper a apresentação para que o problema fosse resolvido. Após o restabelecimento do equipamento, o show prosseguiu.
Em um certo ponto da apresentação, Horace solicitou um "rewind", mas o DJ não conseguiu colocar a base para a retomada, causando uma nova interrupção.
Nitidamente irritado, o astro cantou mais uns dois sons e saiu do palco sem falar nada. O público até pediu para que ele voltasse, mas Horace Andy deixou o local minutos depois.
O clima estranho pairou no ar, e muitos começaram a ir embora em silêncio numa mescla de decepção e ao mesmo tempo encanto, pois o tempo em Horace Andy esteve no palco foi tão alucinante, que todos de forma unânime não cansavam de comentar como a idade não afetou em nada o poder vocal do astro, que alcançou com muita facilidade todos os tons graves e principalmente os agudos, sua marca registrada.
Só lamentamos que um artista deste porte não tenha se apresentado com banda, num lugar maior, para um público maior, e claro, que a grande mídia desse o mínimo de atenção quando recebemos um artista lendário de quase 50 anos de carreira em nosso país. Respect.
(*) Um salve para Tiago Giraffha que nos ajudou nesta cobertura. Bless!
Fonte: Equipe Surforeggae
 'Horace Andy'
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