Uma data a ser lembrada pelos amantes do Reggae. Assim foi o último dia 2 de setembro de 2006 em Salvador. A ocasião, marcada pela presença de grandes nomes do Reggae Nacional e Internacional foi a primeira Celebração a Peter Tosh a ser registrada em DVD em todo o mundo. Peter, um dos maiores ídolos da música Jamaicana de todos os tempos iniciou a sua carreira ao lado de Bob Marley e Bunny Wailer, formando o grupo The Wailers, o qual levou o Reggae ao seu patamar mais alto, consolidando-o como uma das expressões musicais mais famosas e apreciadas por todo o planeta.
Capitaneando a festa do dia 2 de setembro, tivemos ninguém menos que Andrew Tosh e o seu irmão Adrian Tosh, herdeiros legítimos do legado deixado por Peter, que foi assassinado em 1987 deixando com os seus filhos a responsabilidade de continuar a sua missão por aqui. Representando também a Jamaica, tivemos a presença do brilhante trio vocal “Culture”, que perdeu recentemente o seu líder – Joseph Hill, mas que irá continuar na força, atitude e talento de Kenyatta Hill, o seu filho que o assumirá o vocal principal acompanhado pelas harmonias de Albert Walker e Telford Nelson (outros dois membros do trio). O Reggae Nacional também foi representado por Isaque Gomes (filho de Edson Gomes), a banda Mosiah, Adão Negro, Edson Gomes e Edy Vox, todos artistas da Bahia.
ISAQUE GOMES O evento começou logo cedo, em torno das 8 da noite, com a estréia de Isaque Gomes, filho de Edson Gomes, um dos nomes mais conhecidos no Reggae Nacional. Isaque mostrou que tem bastante talento e aproveitou a oportunidade de ser lançado já num evento dessa magnitude. No repertório, diversas músicas próprias, que apesar de não serem ainda conhecidas, agitaram o público, mesmo que ainda pequeno que chegava ao Wet’n Wild, local do show. A festa foi transmitida ao vivo pela Itapuã FM, a maior rádio da Bahia, que contou com a colaboração do Surforeggae, representado por Rafael, fazendo entrevistas, passando informações e comentários acerca do evento aos que não puderam ir.
MOSIAH A banda Mosiah, segunda atração da noite foi esquentando os presentes com suas músicas, levando a sua vibração aos que aguardavam os grandes nomes que estavam por vir. Concentrando-se no camarim, lá estavam Albert Walker, Telford Nelson e Kenyatta Hill. Mostrando-se bem simpáticos, cederam entrevista ao Surforeggae/Itapuã FM, falando dos planos para o futuro e da vibração do povo da Bahia. Apesar de ser perceptível o clima triste, devido à perda do companheiro Joseph Hill, que os acompanhava desde 1976, ano em que foi formado o grupo, os integrantes ali estavam para cumprir a apresentação, que foi firmada com Hill ainda vivo. Questionado a respeito da perda de Joseph, Kenyatta Hill disse que o grupo elevou a música a um outro nível, e que iria continuar o trabalho começado pelo seu pai e seus companheiros em nome de Jah Rastafari, o todo poderoso.
CULTURE
A hora chegou, e o grupo subiu ao palco pela segunda vez na Bahia, dessa vez liderado por Kenyatta Hill. Uma seqüência de clássicos como "I’m Not Ashamed"," Outcast" (Christopher Columbus), "Addis Ababa" e "Natty Dread Taking Over" levou os baianos à loucura. O show, apesar de não ter sido muito longo, mostrou que Kenyatta está pronto para liderar o Culture e manter o grupo com o status de um dos mais tradicionais desde que o Reggae foi concebido. Vibrando e chamando os baianos para cantar juntos com gritos de “Salvador, Bahia, are you feeling ?” (Salvador, Bahia, vocês estão sentindo ?), Hill fez uma apresentação ímpar, onde foi perceptível a todo tempo que ele tem seu estilo próprio de cantar e interagir com as pessoas. Isso pode ser considerado algo positivo, já que pelo visto ele não vai procurar ser um “substituto” do seu pai Joseph Hill, e sim continuar o trabalho que ele começou, incorporando o seu talento e influências ao do grupo.
Os baianos foram muito receptivos, mostrando várias faixas, cartazes e banners homenageando Joseph Hill e incentivando o grupo a continuar sua jornada. Kenyatta Hill, Telford Nelson e Albert Walker se despediram do público com o clássico "Two Sevens Clash", talvez o primeiro sucesso do Culture, o qual inclusive batizou o seu primeiro álbum, lançado em 1977. Ficou então a sensação maravilhosa de que o Culture tem muita estrada pela frente e que devemos vê-los novamente no Brasil e na Bahia em breve.
ADÃO NEGRO Enquanto isso, os membros do Adão Negro iam se preparando para subir ao palco. O “Adão” como é carinhosamente chamado pelos seus fãs é uma banda originalmente baiana que surgiu em meados dos anos 90, tendo completado recentemente 10 anos. O grupo já tem diversas músicas que são hits nas rádios, como “Feedback”, “Decente”, “Botar Um” e “Adão Negro”. Os baianos vem a algum tempo conquistando público em outras capitais e cidades Brasileiras, e se prepara para a gravação de um novo CD que deve ser mixado na Jamaica.
Com presença marcada em quase todos os grandes eventos de Reggae na Bahia, o Adão Negro mais uma vez levou seu público fiel que cantou quase todas as músicas. A hora dos TOSH chegou e Andrew Tosh subiu ao palco acompanhado por uma banda de músicos de Curitiba, formada por Geraldo Carvalho, grande nome do Reggae no Brasil e que infelizmente nos deixou recentemente.
ANDREW TOSH Andrew entrou no palco no melhor estilo Peter Tosh, andando sobre o monociclo e levando o público à loucura, fazendo-os reviver lembranças do seu pai. Foi um show composto de clássicos e algumas músicas do próprio Andrew, como “He Never Died”. Diversas participações especiais foram registradas, como a de Adrian Tosh, também filho de Peter e consequentemente irmão de Andrew, Kenyatta Hill, vocalista do Culture, o grupo percussivo Olodum em “Rastafari Is” e Serginho, do Adão Negro na inédita “Hand on Hand”.
Em breve todos poderão conferir no DVD, que será lançado pela gravadora Atração Fonográfica, a performance de Andrew Tosh, cantando suas músicas, bem como sucessos do seu pai como “Equal Rights” e “Babylon Queendom”. Cerca de 12 mil pessoas compareceram ao evento, que teve uma ocorrência bastante desagradável - a falsificação de ingressos que deu um prejuízo grande aos organizadores. Para encerrar a noite, foi escalado Edson Gomes, um dos pioneiros do ritmo no país e que dispensa apresentações e por fim Edy Vox, também da Bahia.
A impressão que ficou foi de satisfação do público presente, que só foi deixar o local já quando o horário era bastante avançado. Homenagem prestada e pessoas satisfeitas espera-se que os homenageados Peter Tosh e Joseph Hill, que já foram para o andar de cima tenham recebido lá alguma luz pelo maravilhoso trabalho que aqui foi feito.
IMAGENS DO EVENTO Clique aqui e veja as fotos do Tributo.
Fonte: Equipe Surforeggae
'joseph hill'
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