Na última noite de 14 de maio, o Tom Brasil, conceituada casa de shows de São Paulo, recebe a banda Cidade Negra para mais um show de divulgação de seu último trabalho, "Perto de Deus". Programado para ter início às 22:00 hs, a concentração de pessoas no local era bastante tranquila, o que não era parâmetro para o espetáculo, alías, muito pelo contrário. Quando as cortinas se abrem para a arrebatadora entrada de Toni Garrido & Cia, "Downtown" é o cartão de visita. Este sim foi o termômetro do que seria o restante do show: Muita vibração e energia exalada do público!
Sem pestanejar, "Firmamento" e "Pensamento" entram como as responsáveis pelas ronquidões do dia seguinte. O setlist foi bem mesclado de diferentes fases do Cidade, como os clássicos de Ras Bernardo, a dinâmica e poder vocal com a entrada de Garrido, e este último, um verdadeiro back-to-roots, "Perto de Deus", e sua faixa de entrada "Se Alguém Jah Amou".
Na sequência, a versão temperada de raggamuffin do Cidade Negra para a pedrada de Peter Tosh, "Johnny be Goode". Para a casa cair de vez, Toni começa a contar sobre uma ocasião em que o guitarrista Da Gama chegou para dar uma idéia à banda... essa idéia virou sucesso nas rádios e atende pelo nome de "Além das Ondas". Muitas músicas poderiam ter tido caráter de destaque, mas seria injustiça não nomear "Girassol", uma verdadeira aula de harmonia e evolução.
Em "O Homem que faz a Guerra", o Cidade Negra mostra todo o poder crítico do reggae aliado à um de seus parceiros mais próximos, o Rap, e para representá-lo, um dos principais artistas do meio, Rappin’Hood. Logo depois, Toni fala sobre o dia 13 de maio, dia da abolição do regime escravocrata, com um certo tom de ironia, e ressalta:
"Hoje em dia, a escravidão é muito maior, pois atinge não só os negros, mas todo mundo... as gestantes, os idosos... temos que lutar pela igualdade de situações..."
Para a "pré-saidera", os grandes sucessos "A Sombra da Maldade" e "O Erê", já honrariam todos os centavos investidos nesta grande apresentação, mas muito mais ainda estava por vir. Após muitos pedidos de bis, o Cidade Negra volta para tocar 4 músicas: mais uma canção da era Bernardo, "Falar a Verdade", a versão para "Eu também quero beijar" original de Pepeu Gomes, e, antecedendo a "Busy Busy" do álbum "Perto de Deus", o Cidade Negra toca "Geração Coca-Cola" da Legião Urbana, um verdadeiro protesto datado de 1985, porém ainda muito atual.
Toni Garrido inicia a "pancada" ironizando uma homenagem à George W. Bush, presidente dos Estados Unidos, e diz:
"George... George W... George W. Bush: Fuck You! Fuck You MotherFucker... Sucker..."
Bem, não vamos traduzir os dizeres acima, mas as últimas ações do "excelentíssimo" o fizeram merecedor de toda sua tradução. Parabéns à toda equipe do Tom Brasil pela exemplar organização de seus eventos.
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Fonte: Equipe Surforeggae
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