20/05/2020 O adeus a Naggo Morris! Lendária voz dos Morwells, Royals e Heptones perde a batalha contra o câncer.
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Mais uma lenda do reggae mundial sucumbe diante do câncer. Naggo Morris faleceu no último dia 18 de maio após longa batalha contra a doença. Apesar de ser lembrado por hits da era Roots Reggae, como “Su Su pan Rasta”, a carreira do artista que completaria 73 anos de idade no próximo mês de setembro começou muito antes do nascimento do ritmo de Jah.
(Naggo com a pedrada "Su Su Pon Rasta")
Dono de uma extensa obra, Morris girou o planeta através de sua música, e nos deixa uma obra maravilhosa que ecoará eternamente.
NAGGO MORRIS
Dolphin George Morris nasceu no interior da Jamaica, mas com apenas 2 semanas de vida se mudou para a capital com sua família. Carregando a paixão pela música desde o berço, já que era filho do saxofonista Vernal Morris (Byron Lee and the Dragonaires), Morris começou sua carreira não nos microfones, mas sim nos salões de dança.
Dançarino profissional, Naggo era figura famosa em shows, teatros e até mesmo TV. Tendo participado ativamente de mais de 4 programas populares na ilha naquela década de 60.
Foi apenas no fim da década que ele resolve se arriscar nos microfones. Junto de Barrington Spence formou o grupo Soul Boys, que chegou a gravar em 1968 a música “Blood Pressure” com Coxsone Dodd.
Naggo Morris nos Heptones (à direita)
Logo após as gravações no Studio 1, o grupo se separa e Naggo passa a trabalhar como cantor de apoio nas gravações de Duke Reid, oferecendo sua voz como backing de artistas como Alton Ellis, Slim Smith, Stranger Cole e diversos outros. No início da década seguinte, Morris se juntou ao grupo Morwells e posteriormente ao The Royals.
Mas foi através de sua carreira solo que ele despontou. Hits gravados sob a batuta de Joe Gibbs serviram de cartão de visitas para que Naggo Morris assumisse o lugar de Leroy Sibbles à frente dos Heptones em 1975, após a imigração do cantor para o Canadá.
(Morris com "Flour Power")
Rastaman convicto, Morris tinha fama de ser uma pessoa amável e consciente, memória essa que se mostra real quando relembramos algumas músicas compostas por ele, como “Flour Power”, que relatava a tragédia onde mais de 15 pessoas morreram envenenadas por consumir farinha de trigo que continha veneno de rato.